Sentidos, razão..., experiência - Aula 8 - 3ºano

By walmir.santos | Updated: Nov. 4, 2024, 1:17 p.m.

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A teoria do conhecimento de David Hume.

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Prof. Walmir Santos
Nesta videoaula falaremos sobre a aula 8
Sentidos, razão, realidade e experiência.
Hume discorda da maneira como Descartes entende a origem do conhecimento.
No capítulo anterior, vimos que segundo Descartes, a origem e fundamento de todo o conhecimento concentra-se no cogito:
"Penso, logo existo".
Dito de outro modo, Descartes afirma que a única certeza era a existência do "Eu".
Hume, por sua vez repudia veementemente esta concepção, por meio dos argumentos expostos a seguir...
Hume, em contraposição a Descartes, restabelece a importância dos sentidos no processo do conhecimento.
Por que os sentidos são importantes no processo do conhecimento?
Porque, segundo Hume, falar de conhecimento é falar de mundo. 
E ao falar de mundo falamos de PERCEPÇÕES.
Em outras palavras: só é possível conhecer o mundo quem possui a capacidade de percebê-lo.
Somente após esta percepção será possível representá-lo por meio de conceitos abstratos.
Para compreender o conhecimento humeano, é preciso entender que ele é formado por meio das
Impressões e ideias
Segundo Hume, existem dois tipos de impressões:
Impressões de sensação ou externas

Impressões de reflexão ou internas

As impressões serão sempre mais fortes do que as ideias, pelo fato de serem percepções originais, isto é, elementos primeiros da experiência.
As ideias, portanto, nunca podem chegar a alcançar o grau de conhecimento alcançado pelas impressões, por serem cópias destas.
Por exemplo:  uma fotografia que alguém tira de uma fazenda em São Paulo seria a impressão.
A reprodução desta fotografia seria a ideia.
Hume divide as percepções em 
Simples e Complexas
As percepções SIMPLES, se caracterizam por não permitirem nenhum tipo de separação, como por exemplo, 
A cor vermelha
As percepções COMPLEXAS, ao contrário podem ser divididas em partes.
A percepção de uma maçã, por exemplo, pode ser separada em:
cor, sabor e aroma
Hume chega a conclusão de que, se as impressões antecedem sempre as ideias, não há verdades necessárias a priori (ideias inatas),  porque tudo vem ou parte da experiência, ou seja, só podemos conhecer ou construir conhecimentos a partir da experiência.
Segundo ele, uma ideia somente será considerada válida caso esta encontre uma impressão correspondente (O que não acontece com o "eu" de Descartes). Isso não ocorrendo, esta perde seu status de ideia, tornando-se uma palavra sem nenhum significado real.
É neste ponto em que Hume contesta Descartes:
Associação de ideias
Por meio da associação de Ideias, Hume explica porque a imaginação - apesar de ser livre - em geral procede de maneira regular, e porque as ideias, apesar de sua independência, têm certa ordenação.
Existem três tipos de associações:
Semelhança
Contiguidade
Causalidade
O princípio de semelhança se caracteriza por  objetos que se assemelham um a outro, como por exemplo uma fotografia que me faz lembrar de alguém que não está presente.
O princípio de contiguidade explica que toda ideia traz consigo a relação espaço e tempo.
O princípio de causalidade explica que toda ideia de causa nos remete ao seu efeito e vice-versa. 
Por exemplo, ao pensarmos em uma ferida automaticamente nos lembramos da dor que ela provoca.
É importante destacar que tais relações não podem ser observadas porque não pertencem aos objetos. Elas são apenas modos pelos quais passamos de uma ideia a outra.
Situação semelhante ocorre quando uma bola de bilhar se choca com a outra: não há nada na experiência que justifique afirmar que o movimento da segunda é causa do movimento da primeira.
Em outras palavras: ninguém pode garantir que todas as vezes em que eu jogar uma bola de bilhar contra a outra, o movimento será sempre o mesmo.
Através deste argumento, Hume irá negar a validade universal da relação entre causa e efeito.
Qual a razão de pensarmos assim?
A resposta está no hábito: a observação de casos semelhantes, nos leva de forma errônea a irmos além da experiência, do fato em si. 
Assim, o fato de sempre constatarmos o movimento resultante do choque de uma bola com a outra, cometemos o equívoco de afirmar que tal ato se repetirá para sempre.
Dúvidas?
Anote em seu caderno ou deixe-a aqui nos comentários.
Até o próximo vídeo!
Até o próximo vídeo!

Sentidos, razão..., experiência - Aula 8 - 3ºano

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