Comunidades Estrangeiras em Portugal

By Letizia.bruzzone1 | Updated: June 4, 2025, 8:52 a.m.

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XVII SECULO
PORTUGAL
Olà! 
Eu sou a Letizia!
E eu sou o Marcos! Juntos vamos viajar no tempo.
DURANTE O SECULO XVII?
Qual foi a influência das comunidades estrangeiras presentes em Portugal 
 XVII SECULO
Bem-vindos, amigos, ao Portugal do século XVII!  Hoje vamos conhecer as comunidades estrangeiras que deixaram uma marca indelével nesta terra: Prontos? Vamos lá!
Introdução
A partir do século XV, Portugal começou a receber colonos estrangeiros atraídos pelo auge do comércio e pelas descobertas.

Esses estrangeiros trouxeram consigo novos costumes, modas e ideias que influenciaram a sociedade portuguesa.

A mobilidade geográfica dessas pessoas respondia ao desejo de buscar uma vida melhor e mais tranquila.

Nesse contexto, o estrangeiro era aquele que não pertencia ao reino nem era súbdito do rei, e costumava haver certa antipatia por parte da população local.

Durante as Cortes de 1525 e 1535, manifestaram-se claros sentimentos de rejeição aos estrangeiros, pedindo que não ocupassem cargos públicos importantes. No entanto, o rei João III não atendeu a esses pedidos, uma vez que a chegada de estrangeiros espanhóis com a rainha Catarina tinha aumentado a sua presença.

A pouca simpatia fazia com que os estrangeiros se agrupassem para se protegerem, e a convivência entre portugueses e estrangeiros era marcada por tensões. Além disso, a Inquisição complicava a situação, uma vez que muitos estrangeiros protestantes se sentiam perseguidos pelas suas crenças religiosas.

As comunidades estrangeiras objeto da nossa investigação
espanhóis
franceses
flamengos e holandeses 
ingleses
italianos
alemães
Hola! O meu nome é Diego, sou de Castela. Em 1590, cheguei a Lisboa, o coração do comércio português. Aqui, há muitos espanhóis como eu: comerciantes, refugiados, até mesmo nobres que acompanham rainhas. Mas a vida aqui nem sempre é fácil!
Durante a Idade Moderna, a relação entre os territórios que hoje conhecemos como Espanha e Portugal era complexa e dinâmica. Naquela época, não existia um conceito único de Espanha, mas sim um conjunto de coroas sob o mesmo rei. Do século XII ao XV, Portugal teve numerosos conflitos com os reinos de Leão e Castela, mas também estabeleceu fortes laços matrimoniais entre as suas casas reais.

Durante este período, muitos espanhóis — principalmente galegos e castelhanos — residiam em Portugal, formando a comunidade estrangeira mais numerosa do reino. Esses imigrantes não gozavam de privilégios gerais e, muitas vezes, naturalizavam-se portugueses para se integrarem melhor.

Além disso, muitos espanhóis chegaram acompanhando rainhas castelhanas e aragonesas que se casaram com reis portugueses. Por outro lado, havia uma circulação constante de mercadores, refugiados e exilados espanhóis em território português, bem como eclesiásticos que ocupavam cargos de destaque dentro da Igreja em Portugal. Nas zonas fronteiriças, os movimentos migratórios eram ainda mais frequentes, mas também os conflitos.

Bonjour! Chamo-me Jacques, sou de Bordéus. Em 1580, cheguei a Lisboa, atraído pelas oportunidades do comércio português. Nós, franceses, somos poucos aqui, mas ativos.
Durante a Idade Moderna, pequenas mas ativas comunidades francesas estabeleceram-se em Portugal, principalmente em cidades como Lisboa e Porto. Muitos eram comerciantes, artesãos ou mesmo refugiados religiosos, como os huguenotes, que procuravam escapar às guerras religiosas em França.

Embora Portugal fosse um país católico com uma Inquisição ativa, alguns conseguiram integrar-se na vida económica e profissional. Além do comércio, os franceses influenciaram a cultura portuguesa, especialmente na arte, arquitetura e moda. Apesar das tensões políticas e religiosas, o seu legado reflete uma interessante troca entre dois mundos diferentes, mas conectados.
O meu nome é Pieter, sou de Antuérpia, na Holanda. Em 1550, cheguei a Lisboa, atraído pelo seu papel como centro do comércio global. Nós, flamengos e holandeses, trazemos açúcar, tecidos e habilidades náuticas, mas aqui, entre diferenças religiosas e tensões políticas, a vida é um desafio!
Durante a Idade Moderna, Portugal também atraiu comunidades flamengas e holandesas, uma vez que era um ponto-chave do comércio global. Os flamengos, originários do sul dos Países Baixos, estabeleceram-se principalmente em Lisboa e no Porto. Participaram ativamente no comércio de açúcar, têxteis e produtos de luxo, e também influenciaram a arte e a cultura portuguesas.

Mais tarde, chegaram os holandeses, interessados no comércio atlântico. Embora a sua presença fosse mais conflituosa, contribuíram com conhecimentos náuticos e redes comerciais. Apesar das diferenças religiosas e políticas, ambas as comunidades ajudaram a conectar Portugal à Europa e a consolidar o seu papel como potência marítima.

Hello! Sou Thomas, mercador inglês! Aqui em Portugal, nós, ingleses, estamos em casa há séculos, mas no século XVII o nosso papel tornou-se crucial. 
Os ingleses consolidam a sua influência através de tratados comerciais e alianças.

Os tratados de 1642 e 1654 garantem privilégios e isenções aos comerciantes ingleses, que comercializam tecidos, cereais e metais, importando vinho do Madeira, cortiça e cera.

A confraria de São Jorge em São Domingos, Lisboa, regula o comércio.

O casamento de 1661 entre Carlos II e a infanta Catarina, com o dote de Tânger e Bombaim, reforça a aliança anglo-portuguesa, crucial durante a Restauração contra Espanha.

A liberdade religiosa dos protestantes ingleses é limitada, com o culto praticado em privado sob proteção diplomática
Ciao! Sou Antonio, comerciante de Génova. Nós, italianos, provenientes de Génova, Florença e Veneza, somos os pilares do comércio português no século XVII. 
Os italianos, de Génova, Florença e Veneza, dominam o comércio marítimo e financeiro.

As casas genovesas, como os Lomellini, financiam expedições ao Oriente e comercializam açúcar, especiarias e escravos. Em 1656, o procônsul genovês Carlo Antonio Paggi protege os interesses comerciais em Lisboa, importando seda, papel e armas.

Os florentinos, como os Marchioni, gerem empréstimos à Coroa e operações com a Índia e o Brasil.

Durante a Restauração, Génova abastece Angola, enquanto a experiência marítima italiana apoia as empresas portuguesas.
O meu nome é Johann, da Confraria de São Bartolomeu. Nós, alemães, súbditos do Sacro Império Romano, estamos presentes em Lisboa desde o século XI.
Os alemães, súbditos do Sacro Império Romano, destacam-se no artesanato e no comércio.

A Confraria de São Bartolomeu em Lisboa representa ourives, ferreiros e vidreiros, que produzem bens de valor.

Mercadores como os Welser e os Fugger financiam a Coroa e expedições marítimas, exportando trigo, metais e tecidos e importando vinho, especiarias e madeira do Brasil.

Os navios de Hamburgo fazem escala na Madeira e nos Açores. Durante a Restauração, os alemães fornecem mestres artesãos, mas a sua fé protestante exige discrição, praticada sob a proteção holandesa.
E OS OUTROS?
Os povos nórdicos, como os dinamarqueses e os suecos, têm uma influência limitada, mas crescente, no comércio de trigo e madeira, importando vinho e cortiça.

Em 1641, a Suécia assina um tratado de paz com Portugal, mas a Guerra dos Trinta Anos impede alianças mais profundas.

Os suíços e os gregos têm um papel marginal: os mercenários suíços participam nas guerras, muitas vezes pelo lado da Espanha, enquanto os gregos contribuem com intercâmbios culturais esporádicos, sem formar colónias significativas.
As comunidades estrangeiras que se estabeleceram em Portugal durante o século XVII tiveram um impacto significativo na evolução económica e cultural do país. Trouxeram conhecimentos técnicos, redes comerciais internacionais e novas formas de organização que contribuíram para o desenvolvimento urbano e o dinamismo do comércio marítimo. Apesar dos desafios sociais e religiosos que enfrentaram, a sua presença enriqueceu a diversidade do reino e deixou uma marca visível na história portuguesa. Este período demonstra como a convivência com estrangeiros, embora complexa, pode ser uma fonte de progresso em tempos de transformação.
CONCLUSÕES

Comunidades Estrangeiras em Portugal

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